sexta-feira, 17 de maio de 2013

Colite Ulcerativa: consenso no seu manejo pelas ECCO e ESPGHAN (5)



AGENTES BIOLÓGICOS



1) Infliximab (REMICADE) deve ser o tratamento de escolha em crianças com Colite Ulcerativa persistentemente ativa, ou corticoesteróide-dependente, e não controlada por 5-ASA e Tiopurinas (Figura 1).





2) Infliximab pode ser a terapêutica de escolha nas crianças com Colite Ulcerativa refratária ao corticoesteróide (por via oral ou intravenosa). Caso a medicação com Infliximab tenha se iniciado durante um episódio agudo em um paciente virgem de tratamento com Tiopurinas, então, neste caso o Infliximab pode ser utilizado como uma ponte para a medicação com Tiopurinas. Nesta circunstância o Infliximab pode ser descontinuado após aproximadamente 4 a 8 meses (Figura 2). 



3) Adalimumab (HUMIRA) somente deve ser utilizado naqueles pacientes que deixaram de responder ou se tornaram intolerantes ao Infliximab (Figura 3).

PONTOS PRÁTICOS:




1) Atualmente, o Infliximab deve ser considerado como agente biológico de primeira linha em crianças com Colite Ulcerativa e deve ser administrado à dose de 5mg/kg (3 doses de indução em 6 semanas, 0-2-6, seguida da dose de 5mg/kg a cada 8 semanas como manutenção); a individualização da dose poderá ser necessária (Figura 4).





2) A mensuração dos níveis séricos de Infliximab e dos anticorpos contra o Infliximab poderão otimizar o tratamento quando ocorrer um fracasso na manutenção da remissão. No caso de haver baixos níveis séricos de Infliximab e ausência de anticorpos, então, poderá estar indicado um escalonamento da dose. Níveis indetectáveis de Infliximab na presença de anticorpos podem indicar perda da resposta e com isso a necessidade do escalonamento da dose ou mesmo sua substituição por uma droga diferente. Níveis normais de Infliximab sugerem ausência de resposta primária ou então uma alternativa diagnóstica como causa dos sintomas (Figura 5).





3) Tomando-se por base a literatura com pacientes adultos e séries de casos pediátricos, Adalimumab deve ser iniciado à dose de 100mg/metro quadrado até o máximo de 160mg, seguido por 50mg até o máximo de 80mg após 2 semanas, e então, 25mg até o máximo de 40mg a cada 2 semanas; a individualização da dose poderá ser necessária (Figura 6).



4) Não há uma evidência positiva para dar suporte a utilização combinada de Infliximab com Tiopurinas em crianças com Colite Ulcerativa cujo o tratamento com Tiopurinas fracassou. Agentes biológicos, entretanto, são utilizados por alguns especialistas em combinação com Tiopurinas por pelo menos nos primeiros 4 a 8 meses de tratamento, mesmo se a criança não tiver respondido às Tiopurinas. A avaliação da segurança versus benefícios do tratamento combinado necessita ser detalhadamente explanado à família do paciente.



5) É desconhecido se a terapêutica com 5-ASA oferece alguma vantagem se combinada com agentes biológicos, porém, considerando-se seu benefício potencial (incluindo uma possível quimio-prevenção contra o câncer) e sua alta segurança não é totalmente desprovido de razoabilidade recomendar essa combinação terapêutica.


OUTRAS INVESTIGAÇÕES INTERVENCIONAIS


PONTOS PRÁTICOS:



1) A Aferese de granulócitos/monócitos permanece sendo uma estratégia terapêutica polêmica e, portanto, não pode ser recomendada rotineiramente. Ela pode ser uma opção terapêutica remota para a indução e a manutenção da remissão nas crianças que apresentam persistência da atividade da Colite Ulcerativa, de leve a moderada, quando não existem outras opções terapêuticas medicamentosas.



2) A suplementação com OMEGA-3 não é eficaz para a indução ou manutenção da remissão, mesmo em altas doses, nas crianças com Colite Ulcerativa.

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