quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

A realização do 7° World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition, em Buenos Aires de 4 a 7 de dezembro de 2024, representou a definitiva consolidação deste evento universal, com sua segunda passagem pela América Latina

  

As expectativas de que este tipo de evento fosse vingar eram extremamente otimistas, visto que as 4 Sociedades Internacionais (Norte-Americana, Europeia, Latino-Americana e Pan-Asiática), foram ao longo dos anos estreitando laços cada vez mais sólidos entre elas, porém, algumas dúvidas pairavam entre os colegas de todos os continentes. Estas suspeitas se baseavam principalmente pelas enormes distâncias entre os locais de realização dos eventos, o que, sem dúvida alguma, envolvia elevados custos para a execução logística da sede do evento, passagens aéreas de longas distâncias dispendiosas, hospedagens, entre outras potenciais dificuldades que poderiam causar o fracasso do evento. Felizmente, porém, todos os obstáculos que se antepuseram e que poderiam afetar o sucesso dos eventos foram superados, desde o primeiro deles, que foi realizado em Boston em 2000, e, na sequência Paris 2004, Foz do Iguaçu 2008, Taipe 2012, Toronto 2016, e Kopenhagen 2020. Para nós latinos, o sucesso da segunda passagem do evento pelo nosso continente, agora em Buenos Aires, nos daria a prova cabal de que este tipo de evento estaria definitivamente consolidado. De fato, graças ao extraordinário labor da diretoria da LASPGHAN sob a presidência de José Spolidoro, e do Comitê Organizador sob o comando de Marina Orsi e Daniel D’Agostino, obteve-se um estrondoso êxito de público e de qualidade científica, com a presença de mais de 2500 inscritos dos mais variados países, com a participação dos mais reconhecidos experts em nível internacional nas diferentes áreas que abrangem o nosso campo do saber. As imagens abaixo expostas atestam de forma inequívoca o sucesso do evento portenho.




Cerimônia inaugural do Congresso, homenagem a Harland Winter, presidente do primeiro Congresso Mundial, Boston 2000, e Marina Orsi.


Marina Orsi a coordenadora e grande batalhadora pela organização do Congresso Mundial

 


Palestra de Carlo Di Lorenzo sobre Transtornos do Eixo Cérebro Trato Digestivo


Palestra sobre Esofagite Eosinofílica

Também, foi para mim, o prazer de reviver a longa e árdua caminhada, desde os primeiros passos da nossa LASPGHAN, a partir da sua fundação em 1975, da qual sou cofundador, vivenciando as inúmeras incertezas, se conseguiríamos levar adiante aquele ambicioso projeto proposto pelo nosso grande mestre Horácio Toccalino, que mesmo enfermo de uma doença incurável, manteve-se totalmente devotado, até seus últimos dias, para que nossa sociedade vicejasse, desde que seguíssemos fielmente a concretude da proposta dos seus Postulados.    

Postulados emitidos em novembro de 1975, redigidos em manuscrito a mim direcionados: 1- seguir o modelo argentino da especialidade; 2- Martins Campos divulgando nossa sociedade na Europa; 3- os argentinos e você (eu) fazendo o mesmo nos EUA, especialmente com os amigos Nichols e Torres-Pinedo; 4- realizar os encontros da sociedade periodicamente quando deva corresponder à data proposta; 5- publicar regularmente e de boa qualidade nos Arquivos de Gastroenterologia. Caso cumpramos estes postulados ninguém será capaz de frear os Latino-americanos. Querido Ulysses, novamente obrigado pela sua carta, mas necessito muitas outras cartas falando a respeito dos 5 postulados. Eu as espero!!! 





Uma oportuna revisão histórica da criação do Congresso Mundial

Para que possamos chegar a agosto de 2008 é necessário retroceder no tempo mais de duas décadas. Na verdade, tudo começou em 1994 e da forma mais improvável que se possa imaginar. Naquele ano realizava-se o XI Congresso Latino-Americano de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição em Pediatria em Caracas, Venezuela, e eu, excepcionalmente, havia decidido não participar do mesmo porque, por várias razões, não queria me ausentar de São Paulo naquele momento. Entretanto, o presidente do Congresso, um grande amigo de longa data, Dr. Hans Rommer, me telefonou dizendo que minha presença era imprescindível, ele contava com a minha participação ativa, inclusive conseguiria pagar minha hospedagem. Ao chegar, como sempre, o encontro com outros colegas e amigos da América Latina me encheram de alegria e num arroubo de entusiasmo lancei a ideia de organizar o próximo Congresso em 1996, em São Paulo, que foi aprovada pela assembleia geral. Por uma coincidência do destino o XII Congresso Latino-Americano de 1996, em São Paulo, serviu de trampolim para a criação dos Congressos Mundiais da nossa especialidade, e, consequentemente o de Iguaçu 2008.

A Federação Internacional de Gastroenterologia organiza periodicamente a cada 4 anos um Congresso Mundial da especialidade, naquela época era costume deixar reservado um pequeno espaço na grade do programa para a realização de um fórum de Gastroenterologia Pediátrica. Neste evento que foi realizado em Los Angeles, em 1994, eu havia sido convidado para dar duas palestras, convite que aceitei, para lá viajei com todas as despesas pagas pelo evento. Em lá chegando fui informado que em Houston, na semana seguinte ao término do Congresso de Los Angeles, seria realizada a quarta edição do Congresso combinado entre as congêneres Norte Americana (NASPGHAN) e Europeia de Gastroenterologia Pediátrica (ESPGHAN). Na verdade, estas duas sociedades pediátricas realizavam anualmente seus congressos, de forma independente, cada uma em seu respectivo continente há vários anos, mas a cada quatro anos passaram a realizar este congresso conjunto, alternando, de forma sequencial, o continente. Como neste ano tocava a organização do evento à NASPGHAN, Houston, foi a sede escolhida. Considerando que eu estava há apenas algumas horas de voo entre Los Angeles e Houston, as coincidências das datas (término de um e início do outro congresso) e meu enorme interesse na organização do Congresso Latino-Americano de 1996, em São Paulo, decidi por conta e risco ir para Houston. Sim, digo enorme interesse porque como no referido evento estariam reunidos em um mesmo local os mais prestigiosos profissionais de ambas as sociedades NASPGHAN e ESPGHAN, eu teria a rara oportunidade de manter contato pessoal diretamente com a nata da nossa especialidade, não somente com os expoentes cientificamente reconhecidos, como também com os dirigentes de ambas as sociedades. Teria eu, portanto, a possibilidade de convidar pessoalmente os palestrantes para o Congresso de São Paulo, contatar os dirigentes para organizar um futuro evento incluindo também a LASPGHAN, e, ao mesmo tempo, desfrutar a parte científica do evento assistindo as palestras e as apresentações dos trabalhos nas sessões de temas livres. Após esta viagem incorporei um desafio na minha carreira acadêmica, a organização de um Congresso Mundial.

Durante o Congresso Latino-Americano de 1996 fiz um profundo trabalho de prospecção para convidar, dentre os mais cientificamente reconhecidos, alguns palestrantes de ambas as sociedades. Sem desprezar, no entanto, o lado político da ideia da instituição de um potencial Congresso Mundial em breve futuro, tratei também de convidar os atuais presidentes de ambas as sociedades, bem como aqueles que tinham alguma simpatia pela minha causa e possuíam alguma capacidade de influenciar positivamente na consecução do meu projeto. Uma vez formulados os referidos convites houve positiva adesão aos mesmos por parte da maioria dos convidados.

Em 1995, para confirmar a presença de alguns palestrantes europeus viajei a Jerusalém, Israel, para participar do Congresso da ESPGHAN, principalmente para travar contato com o novo presidente da ESPGHAN, que havia sido recentemente eleito, Dr Samy Cadranel.



 Cadranel está radicado em Bruxelas, Bélgica, mas é marroquino de nacionalidade, e, por suas raízes de origem, conhecia muito bem nossa realidade. Ele mostrou-se, desde logo, totalmente sensível aos meus apelos pela realização de um evento de conotação mais abrangente, na verdade o Congresso Mundial. Cadranel de imediato aceitou meu convite para participar do XII Congresso Latino-Americano, e se comprometeu a defender a minha causa no continente europeu.

Chegamos a julho de 1996 e à realidade do XII Congresso Latino-Americano. Conforme o esperado o evento revestiu-se de um completo êxito, tanto no que diz respeito aos aspectos científicos quanto às negociações para a criação de um futuro Congresso Mundial. Do ponto de vista científico, a satisfação foi enorme posto que a maioria dos convidados internacionais, europeus e norte-americanos, esteve presente. Dentro das minhas expectativas o intercâmbio profissional e social entre eles e nossos colegas latino-americanos revelou-se altamente positivo. Quanto às negociações para a criação do Congresso Mundial, como aqui estiveram presentes o presidente da ESPGHAN e alguns expoentes da NASPGHAN, houve um avanço significativo, principalmente pela firme disposição de Cadranel em levar adiante junto aos seus pares europeus esta iniciativa, a qual lhe parecia altamente meritória. Da parte dos membros da NASPGHAN também houve boa aceitação, porém, uma decisão final para o SIM ou para o NÃO seria tomada no ano seguinte, em 1997, no Congresso Anual da ESPGHAN que seria realizado em Tessalônica, Grécia.

Em maio de 1997 realizava-se em Tessalônica o Congresso da ESPGAHN, o que para mim tratava-se de uma enorme expectativa porque estava seguro de que naquele evento haveria uma tomada definitiva de posição, para o SIM ou para o NÃO, quanto à disposição dos meus colegas europeus e norte-americanos de realmente se comprometerem com a realização do Congresso Mundial. A viagem à Grécia vinha, portanto, envolvida em um misto de otimismo e apreensão, otimismo porque durante o resto do ano após o Congresso Latino-Americano continuei batalhando pela realização do Congresso Mundial. Como parte deste trabalho tive a oportunidade de me reunir pessoalmente, mais de uma vez, com Dr. Ronald Sokol, presidente da NASPGHAN, em minha residência em São Paulo, para expor-lhe a importância da criação de um evento que englobasse todo o universo de especialistas radicados ao redor do globo sem quaisquer exceções. Sokol mostrou-se bastante sensibilizado com a ideia e se comprometeu a levar esta proposta para seus pares da NASPGHAN, o que me trazia um certo conforto, porque Cadranel já havia obtido o aval dos seus pares da ESPGHAN.

Ao chegar a Tessalônica fui imediatamente em busca de Cadranel para auscultar a atmosfera vigente quanto ao real apoio dos colegas europeus à nossa proposta. Cadranel me garantiu que não haveria maiores problemas, a criação do evento Congresso Mundial por parte dos europeus era algo absolutamente resolvido, restava discutir com os norte-americanos, cujo presidente da NASPGHAN, Sokol estava presente. Sokol trazia uma decisão favorável da sua sociedade, porém, seria necessário ter um acordo final do novo presidente eleito da NASPGHAN, Dr. Harland Winter. Após inúmeros contatos telefônicos trocados entre Sokol e Winter, finalmente havia sido dado o voto definitivamente a favor da criação do evento Congresso Mundial. Como Winter era o presidente eleito e estaria à frente da sua sociedade por ocasião da realização do evento, a proposta definitiva da sede seria Boston, porque era lá que Winter vivia e trabalhava. Finalmente, o sonho transformou-se em uma adorável realidade, tinha mais é que comemorar o êxito desta conquista (só eu sabia dentre todos eles o tamanho da grandeza que esta vitória representava para mim e para a nossa Sociedade), e levantar um brinde ao meu mestre Toccalino, pois a partir daquele instante nossa Sociedade estava definitivamente inserida no cenário mundial da Gastroenterologia Pediátrica, conforme ele propugnava em um dos seus postulados.



Membros do Comitê Organizador do I World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition, reunidos em Toronto, Canadá em 1998. Da esquerda para a direita: Ron Sokol (Denver, NASPGHAN), Samy Cadranel (Bélgica, NASPGHAN), eu (LASPGHAN), Yuichiro Yamashiro (Japão, APPSPGHAN) e Harland Winter (Boston, NASPGHAN).

 Ainda em Tessalônica, tive mais uma alvissareira informação, soube da existência oficial de uma Sociedade de Gastroenterologia Pediátrica Asiática, a Asiatic and Pan Pacific Society of Pediatric Gastroenterology and Nutrition (APPSPGHN), que também desejava apoiar a criação e participar ativamente do evento Congresso Mundial.

Finalmente, uma vez definidos todos os aspectos políticos e administrativos para a realização do I World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition, foi criado um comitê com representantes de cada uma das sociedades congêneres e marcada a primeira reunião deste comitê para o ano seguinte, em outubro de 1998, durante a realização do Congresso Anual da NASPGHAN em Toronto, Canadá. Nesta reunião ficaram então definitivamente acertadas todas as questões logísticas para a efetiva realização do I World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition, Boston, em agosto de 2000.

Finalmente, após os longos anos de intensos trabalhos, desde que Foz do Iguaçu foi eleita a sede do Congresso Mundial, em março de 2003, pelos associados da LASPGHAN e posteriormente aprovada, em fevereiro de 2004, em reunião presencial do conselho da FISPGHAN, em Paris, era chegado, agora em agosto de 2008, o tão aguardado momento da sua materialização.



 




August 17, 2008.

Speech: Opening Ceremony

Dear Colleagues and Friends – Ladies and Gentlemen

In this historical evening an old dream of the pioneer mentors and founders of the Latin American Society, Horácio Toccalino and Martins Campos, is becoming reality. At this moment, I am quite sure that their spirits, wherever they may be, are here with us and will be guiding and illuminating all of us to make this the most successful World Congress ever.

I would like to thank my FISPGHAN colleagues for the unconditional support that they have given to our team to organize this event. Along these last 5 years, we have been working in a very friendly atmosphere in several face-to-face meetings in many different countries in almost all of the continents. Moreover, there have been two previous visits of FISPGHAN delegations to Iguassu to supervise and approve the venue of the World Congress.

I would also like to acknowledge my colleagues of the Host Executive Committee and the Scientific Committee for their deep commitment to the organization of the event. Over these last 4 years we had several face-to-face meetings in our headquarters in São Paulo in my beloved Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo and in many other countries always taking advantage of the presence of the majority of our members in scientific meetings in Latin America, North America and Europe.

A special mention to the sponsors from the pharmaceutical industry, particularly our diamond sponsors, for their financial contribution that has been of enormous importance to having make this event possible.

I would also like to express my gratitude to Mr. Julio Urban from Idealiza, our operational organizer, Mrs. Danielle Boukai from Blumar our official travel agency, and a very special acknowledgement to Drs. Carlos Garcia and Ulysses Fagundes for their tireless endeavor with an outstanding competence in the infrastructure organization of the World Congress.

My dearest delegates we are very pleased to welcome you and your families. Attendees came from 87 countries around the world to participate in this meeting with more than 2,300 persons. We are very proud of these numbers. On the other hand, we are quite aware about the difficulties you suffered to reach Iguassu. I want to apologize for all the possible inconveniences you may have gone through along your way to get here. However, I do hope you will be rewarded by an outstanding scientific program, a very friendly atmosphere for social relationships, taking advantage of a splendored panorama that nature of this region of Brazil offers to the visitors and the numerous possibilities of a delightful time for leisure.

I would like to encourage delegates and their relatives to enjoy every single moment of the stay with us and return safely back home with unforgettable memories of having participated in a magnificent event.

Finally, I earnestly wish you to enjoy the flavor of the Brazilian hospitality.

Thank you.

Ulysses Fagundes-Neto

President, Host Executive Committee, World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition 3

 

 



A cerimônia de abertura do congresso teve a participação do grupo musical Meninos do Morumbi, que nos proporcionou momentos de grande alegria entusiasmando a audiência de forma espetacular.

 






 De volta a Buenos Aires...

Foi, especialmente para mim, um prazer enorme e mesmo emocionante reencontrar antigos amigos de longa data, que com eles viajei inesquecíveis jornadas em passado distante, e, mesmo aqueles com quem continuo viajando. Reencontrei também inúmeros ex-pós-graduandos a quem tive a felicidade e o prazer de orientar na nossa especialidade, que estão espalhados pelos mais diversos centros do nosso país, bem como outros ex-pós-graduandos latino-americanos que vieram se especializar conosco, atualmente exercendo a profissão em seus países de origem.



Com meu querido amigo Eduardo Cueto Rua desde 1973, quando fizemos nosso treinamento na especialidade no Policlínico Alejandro Posadas em Buenos Aires sob a orientação de Horácio Toccalino.


Nosso grupo de especialização em 1973, da esquerda para a direita: Luis Guimarey, Jorge Donatone, Eduardo Cueto Rua, Eu e Negro Rodriguez


Colegas da Gastropediatria da EPM


Com ex-pos-graduandas da Gastropediatria da EPM.


José Spolidoro e Carlo Di Lorenzo


Jon Vanderhoof e Harland Winter

Time Brasil

Bem-vinda Brisbane 2028!!!

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Em El Calafate na Patagonia Argentina, os glaciais Perito Moreno, Upsala e Spegazzini representam uma dádiva da natureza, e, se descortinam com deslumbrantes visuais

 Antecipando minha participação no (tema do próximo artigo),

Uma imagem contendo Texto

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aproveitamos Luciana e eu para fazermos uma viagem, desde há muito planejada, para El Calafate, em especial para conhecermos o mais famoso e o maior deles, o glacial Perito Moreno, mas também, os não menos importantes, Upsala e Spegazzini.    

Não há voo direto para El Calafate, portanto, é necessário fazer conexão em Buenos Aires. No nosso caso tínhamos bilhetes comprados pela Aerolineas Argentinas (AA), mas o trecho inicial SP-BA foi operacionalizado pela Gol, que vale salientar foi uma lástima, total incompetência, tivemos que aguardar 2 horas no interior da aeronave porque estava faltando completar a tripulação. Este atraso colocava em risco nossa conexão para El Calafate, mas como o voo ia para o Aeroparque, que é central (equivale ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo), nos deixava mais tranquilos. Finalmente, chegamos a tempo para completar a conexão com folga, porque o voo da AA para El Calafate também estava atrasado em uma hora. 

Mapa

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Em resumo, a viagem que deveria durar cerca de 9 horas durou 16 horas, porém, tudo foi de longe muito compensado pelo esplendor que a natureza, logo mais, iria nos brindar. 

El Calafate está localizada na Patagônia Argentina distando 2.834 km de Buenos Aires, são 3 horas e 15 minutos de voo. El Calafate é uma pequena cidade localizada na província de Santa Cruz, próxima à fronteira com o Chile. Possui aproximadamente 22.000 habitantes. Dista cerca de 270 quilômetros da capital provincial, Río Gallegos. 

Vista de uma praia

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Casa na beira do mar

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El Calafate surge nas primeiras décadas do século XX. Em sua origem, não era mais que um ponto de aprovisionamento dos transportes de lã, realizados em carretas desde as fazendas da região o que explica o nome originário de Kehek Aike. Foi fundada oficialmente em 1927 pelo governo argentino, com o fim de consolidar o povoamento da região. El Calafate é uma pequena cidade em franco desenvolvimento turístico, oferecendo boa estrutura hoteleira, um aeroporto moderno e ótimas opções de turismo. Suas estradas são muito boas, sinalizadas, porém de pouco movimento. El Calafate possui clima frio, com média anual de sete graus, temperaturas máximas por volta dos treze graus e mínimas por volta dos dez graus abaixo de zero. Na região, habitam exemplos extraordinários da fauna como o zorrino-patagônico (um gambá de faixa branca nas costas), o huemul (cervo), a águia Mora, os patos-das-torrentes, cauquenes, entre outros.

El Calafate se localiza às margens do Lago Argentino, o qual domina toda a região, e, inclusive também engloba o Parque Nacional Los Glaciares. 

Mapa

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Conhecida como à Terra dos Glaciares, El Calafate fica próxima ao Campo de Gelo no sul da Patagônia Argentina. A cidade recebe em torno de mil turistas por dia e possui ótima estrutura turística, com hotéis, restaurantes, estâncias e outras atividades de ecoturismo e aventura. El Calafate ficou conhecida por ser a porta de entrada para o Parque Nacional los Glaciares, que abriga 365 geleiras, sendo algumas delas, as maiores do mundo.  El Calafate é a cidade mais próxima do Parque Nacional Los Glaciares, a cerca de 80 quilômetros, onde se localiza a maior geleira em extensão horizontal do mundo: o Glaciar Perito Moreno, que se encontra em constante evolução. Também se localiza próximo de outras importantes geleiras, a saber: o Glaciar Upsala e o Glaciar Spegazzini.

Mapa

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A maior atração de El Calafate é o extraordinário Parque Nacional Los Glaciares, fundado em 1937 e declarado patrimônio da humanidade em 1981. Possui extensão de 725 mil hectares. Nele se localizam os glaciais Perito Moreno, Upsala, O'nelli, Spegazzinni, entre outros. Eles fazem parte do Campo de Gelo Patagônico, terceira maior reserva de água doce congelada do mundo, atrás apenas da Antártida e da Groelândia. São imponentes sentinelas de neve depositadas por séculos em suas origens, no alto da cordilheira dos Andes. Descem por extensões de que chegam a 170 quilômetros. O Glaciar Perito Moreno tem pontos com mais de 70 metros de altura nas faces de encontro com o Lago Argentino.

Mapa

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Interface gráfica do usuário, Site

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São formados basicamente de neve compactada, possuindo milhares de nuances do branco ao azul. Na sua maioria, terminam no Lago Argentino, onde se fragmentam desde farelo de gelo a grandes icebergs, descendo lentamente o leito do lago até seu derretimento. 

Homem em pé em frente a montanha

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Lago com montanha ao fundo

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Montanha com neve

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Os glaciais movem-se até um metro por dia, atritando-se violentamente com o terreno, moldando-o e lançando no lago sedimentos finíssimos, que ficam em suspensão na água, formando o leito dos glaciais.

Nós nos hospedamos no hotel Blanca Patagonia, muito charmoso, que fica distante cerca de 4 km do centro de El Calafate. 

Uma imagem contendo vivendo, quarto, no interior, edifício

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Homem sentado em banco de madeira

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Mulher sentada à mesa

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O hotel está localizado em um outeiro, o que nos permitiu ter uma linda visão panorâmica do Lago Argentino. Desde o hotel a empresa de turismo nos buscava e nos levava para os passeios contratados. Como tivéssemos apenas 3 dias inteiros em El Calafate, optamos por realizar 2 excursões para conhecer os glaciais, com riqueza de detalhes, foram longas excursões com 8 horas de duração cada uma. Em primeiro lugar fomos conhecer o glacial Perito Moreno, e no segundo dia os glaciais Upsala e Spegazzini. O terceiro dia reservamos para dar uma caminhada, desde o hotel até o centro de El Calafate, para conhecermos a cidade, que, diga-se de passagem, é um primor, muito bem cuidada, com inúmeros bares, restaurantes de excelente qualidade, e, inúmeras lojas de variadas especialidades. Jantamos a primeira noite no hotel porque estávamos exaustos da interminável viagem desde São Paulo até o destino final, na segunda noite fomos conhecer um restaurante tradicional, Mi Viejo, e na última noite fomos conhecer o restaurante Mako. Em ambos fomos muito bem atendidos e a comida esteve de excelente qualidade. Vale ressaltar, que contrariamente ao que pensávamos, os preços estão proibitivos em toda Argentina. 

Conforme acima referido, a primeira excursão foi feita para conhecer o glacial Perito Moreno. A Van nos buscou no hotel às 11:30 horas e nos levou para o Parque Nacional Los Glaciares, em uma viagem de cerca de 1:30 até o porto, para que pudéssemos embarcar no catamarã que navegou pelo Lago Argentino até alcançar as bordas do imponente e magistral glacial. Posteriormente, desembarcamos e aí pudemos ter uma outra visão do glacial, ao caminhar nas passarelas construídas ao longo do morro, contíguo ao glacial. Há inúmeros caminhos disponíveis para serem utilizados, com diferentes graus de dificuldade e distâncias a serem percorridas. Após a visita, rumamos de volta ao hotel, enfim estava terminada a primeira jornada. 

Lago com montanha ao fundo

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Montanha com neve

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Montanha com neve

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Montanha com neve e água ao fundo

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Pessoas posando para foto em frente a água com montanha ao fundo

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Pessoas em pé em frente a água com montanha ao fundo

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Grupo de pessoas em frente a água com montanha ao fundo

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Montanha com neve

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Mulher com óculos de sol na cabeça posando para foto com montanha ao fundo

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Agora, diretamente para o jantar, e, para tal, elegimos um restaurante de longa tradição na cidade, o Mi Viejo, e, como estamos na Argentina, para começar, claro nada melhor do que um excelente bife de chorizo acompanhado de um vinho Malbec de Mendonza, tudo isso para encerrar esta primeira experiência extraordinária.

Mulher sentada em mesa de restaurante

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No segundo dia a mesma rotina, sempre circundando o Lago Argentino, porém em outra direção, para conhecermos os glaciais Upsala e Spegazzini. Chegamos ao Puerto Bandera e aí embarcamos no catamarã para navegarmos até as bordas do glacial Spegazzini, onde o catamarã permanece alguns longos minutos para que se possa apreciar o glacial em toda sua extensão. 

Pessoas posando para foto com montanha ao fundo

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Praia com pedras e água ao fundo

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Pessoa posando para foto em frente a água

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Montanha com neve

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Posteriormente, o catamarã muda a rota e navega por outro braço do lago em direção ao glacial Upsala, e, ao alcançar a borda do glacial o mesmo procedimento é realizado, porém, uma novidade é incorporada ao passeio, os marinheiros “pescam” blocos de gelo do lago para que possam ser colocados no interior de copos contendo whisky, e, assim, o passageiro pode desfrutar seu drinque com gelo do glacial, de fato uma verdadeira e inusitada sofisticação. 

Pessoas posando para foto em frente a água

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Pessoas posando para foto em local com neve

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Terminada mais esta jornada de 8 horas de duração, decidimos jantar no próprio hotel.

O último dia em El Calafate reservamos para conhecer a cidade, fizemos uma caminhada de 4 km desde o hotel até o centro de El Calafate, apreciando as características da acolhedora cidade, para terminar a viagem com um lauto jantar no restaurante Mako. 


Mulher posando para foto em frente a banco de madeira

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Pessoas sorrindo posando para foto

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Mulher segurando urso de pelúcia

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No dia seguinte rumamos para Buenos Aires a fim de participar do 7° Congresso Mundial, evento que pela sua criação eu batalhei ardorosamente durante muitos anos, desde 1994. Felizmente, estamos já na segunda rodada da organização na América Latina. A primeira delas eu tive a honra de presidir, em 2008, em Foz do Iguaçu, portanto, considero que este evento está definitivamente consolidado. Fico com o claro sentimento de que cumpri plenamente o devido tributo ao meu eterno mentor Horácio Nestor Toccalino, que sempre sonhou para que este objetivo fosse tornado realidade.