Ana Beatriz Rocha Gabriel
& Ulysses Fagundes Neto
Diagnóstico
É
importante assinalar que não existe um único exame complementar capaz de
definir a presença da EEo. O diagnóstico da EEo deve basear-se na avaliação
conjunta dos achados clínicos, endoscópicos e histológicos.
Segundo
os critérios atuais, o diagnóstico é estabelecido no paciente que apresenta
quadro clínico compatível, no qual a biópsia esofágica demonstra a presença de
mais de 15 eosinófilos/CGA e que não responde ao tratamento com IBP (por 8
semanas), além da exclusão de eosinofilia secundária. Eosinofilia periférica
(5-35% eosinófilos) é observada em 55-80% dos pacientes.
O estudo
radiológico contrastado pode ser benéfico em crianças com vômitos para se
excluir etiologias de anormalidades anatômicas, como por exemplo, vício de má
rotação intestinal.
Alguns
achados radiológicos também podem ser característicos de EEo, embora não patognomônicos,
tais como, estenoses esofágicas e impactação. As alterações radiológicas tais
como estreitamento da luz esofágica, podem ou não ser observadas na EDA e
vice-versa. O exame radiológico contrastado pode ser útil para a endoscopia
subsequente, pois pode alertar o endoscopista a usar um endoscópio de menor
calibre devido a presença de estenose, para, portanto, proceder o estudo com
maior cautela ou mesmo alertá-lo para a necessidade de realização de dilatação
esofágica.
Menard-Katcher
et al., em 2015, demonstraram que a realização do esofagograma pode trazer uma
significativa contribuição para detectar lesões esofágicas, em especial,
estenoses que não seriam observadas pela endoscopia. Em um estudo retrospectivo
avaliando 22 crianças portadoras de EEo constataram que estenoses esofágicas
foram identificadas em 55% destas crianças sem terem sido detectadas à
endoscopia. Os autores concluem que o esofagograma é um exame de grande valia
para avaliar a anatomia esofágica em crianças portadoras de EEo grave, pois é
capaz de identificar fibroestenoses leves mais precocemente na história natural
da enfermidade do que a endoscopia (Figura 2).
Vale
ressaltar que os sintomas de disfagia e impactação alimentar geralmente ocorrem
por alteração na motilidade e não pelas estenoses. Por esta razão, pacientes que
apresentam impactação alimentar devem ser investigados com EDA e realização de biópsia
esofágica.
Alterações
à endoscopia:
Os achados endoscópicos podem apresentar uma grande
variedade de anomalias dependendo de cada paciente e do tempo de duração dos
sintomas, tais como:
} Mucosa
com aspecto granular e friável
} Perda
do padrão vascular
} Exsudatos
esbranquiçados (microabscessos eosinofílicos)
} Estrias
verticais
} Estenoses
esofágicas
} Anéis
esofágicos concêntricos (esôfago semelhante à traqueia)
Figura 3- Representação
esquemática das lesões macroscópicas que podem ser observadas na mucosa
esofágica à endoscopia: anéis concêntricos, placas esbranquiçadas, estenose,
estrias verticais e fibrose.
Figuras 4-5-6- Lesões macroscópicas verificadas na EEo à endoscopia: estrias verticais e traqueização do esôfago. |
Deve-se
também levar em consideração que cerca de 30% dos pacientes revelam exame
endoscópico normal à macroscopia, o que implica na necessidade de realização de
biópsia esofágica quando as evidências clínicas são altamente suspeitas de EEo.
É
importante enfatizar que as biópsias esofágicas devem ser realizadas em pelo
menos 3 locais distintos devido à distribuição desigual das lesões, a saber: terço
proximal, médio e distal do esôfago.
Algumas
diferenciações nas lesões esofágicas entre a EEo e a DRGE devem ser levadas em
conta. A esofagite associada ao refluxo acomete geralmente o terço distal,
diferentemente da EEo que acomete qualquer região do esôfago, e, além disso, a
DRGE apresenta, usualmente, um número menor de eosinófilos, cerca de 1-10/CGA.
Na
visão microscópica, na EEo a mucosa encontra-se espessada, com hiperplasia da
zona basal e com alongamento papilar mais pronunciado do que na DRGE. A presença
de microabscessos eosinofílicos (agregados de 4 ou mais eosinófilos) é
observada exclusivamente em pacientes com EEo, associada a degranulação dos
eosinófilos e pode também haver fibrose da lâmina própria.
As
Figuras A e B abaixo são uma representação esquemática das alterações
histológicas que habitualmente são descritas na EEo e DRGE, respectivamente.
A–
Esofagite eosinofílica
B– Refluxo Gastroesofágico
A
realização concomitante de biópsias do estômago e duodeno estão indicadas para
afastar a possibilidade da existência de Gastroenteropatia Eosinofílica.
Um comentário:
As mães com filhos alérgicos a Proteína do Leite.
Sou mãe de um menino de 3 anos, meu filho teve alergia a Proteína do Leite, passei momentos difíceis com ele quando ainda era muito bebê.
No inicio não sabia nem por onde começar, afinal não podia tomar leite artificial e tinha que introduzir uma dieta de restrição a leite e derivados, assim como eu também fiz a dieta para poder amamentá-lo por mais tempo.
Então criei um blog: http://sermaeeumarte.blogspot.com
Neste comento sobre minhas experiências de mãe, e também sobre a alergia do leite.
As mães que quiserem compartilhar experiências, trocar informações, se sintam a vontade a entrarem no meu blog e deixarem comentários.
No que eu puder ajudar fico à disposição também.
Abraços
Ana Paula Drozniak
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