O artigo
segundo do Estatuto da UNIFESP reza, desde sua fundação e reafirmado na sua
última revisão, em 2011, o seguinte: “A UNIFESP tem por finalidade desempenhar
com excelência atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão”.
Desde quando ingressei na carreira acadêmica, em 1974, tinha muito clara a ideia de que a atividade de pesquisa é um pilar fundamental na estrutura universitária, a qual tem de vir necessariamente acompanhada da produção e a consequente divulgação do conhecimento produzido. A realização da pesquisa é o passo inicial, porém, esta somente será considerada concretizada quando os resultados da mesma forem devidamente publicados nos periódicos científicos indexados da sua área de atuação. As nações mais desenvolvidas do mundo alcançaram esta condição porque se apoiaram fortemente no fomento à pesquisa. Essa tomada de decisão política lhes proporcionou serem detentores de tecnologia própria nos mais diversos setores das atividades profissionais, o que consequentemente abriu as portas para a aquisição da soberania. Nunca me esqueço de algo que li escrito em um enorme painel na chegada do aeroporto de Oslo, Noruega, em 1985, e que me impressionou sobremaneira porque reafirmava tudo aquilo que eu pensava sobre a importância da pesquisa para a humanidade, dizia: “Research is the future, without research there is no future” (Figuras 1-2-3-4-5-6-7-8). Foi uma viagem de 45 dias a convite do Karolinska Institute para visitar diferentes institutos de pesquisa localizados na Noruega, Suécia e Dinamarca. Abaixo algumas imagens da visita à Noruega, minha primeira parada.
Figura 1-
Trajeto percorrido na Noruega, entre Oslo e Bergen.
Figura 2-
Jovens desfrutando os raros momentos de calor do verão no jardim de uma praça
no centro de Oslo.
Figura 3- Vista
geral do Vigeland museum.
Figura 4-
Esculturas expostas no Vigeland um espetacular museu a céu aberto em Oslo.
Figura 5- A
viagem em direção a Bergen no oeste do país passa por lindas paisagens de
campo.
Figura 6- Entre
Oslo e Bergen cruzam-se vários fiordes, cenário típico da Noruega.
Figura 7- Nesta
mesma viagem deparamos com fantásticos, enormes e perenes glaciais.
Figura 8- Bergen,
que mais se parece a um presépio, está situada à beira de um braço do mar do
Norte.
A nação que não busca desenvolver suas próprias tecnologias estará eternamente fadada a ser um satélite, nunca terá luz própria, posto que será sempre dependente de alguma outra nação que esteja disposta a lhe vender seus conhecimentos produzidos a partir do investimento aplicado à pesquisa. A qualidade do ensino de uma determinada instituição universitária, por sua vez, deve ter suas bases assentadas em uma relação diretamente proporcional à qualidade e à quantidade dos conhecimentos aí produzidos. Deve-se também sempre levar em consideração que aqueles conhecimentos já tradicionalmente consagrados e que, portanto, são do domínio geral não podem ser desprezados, mas sim, incorporados ao projeto pedagógico curricular. É esta associação de fatores que tornam indissociáveis pesquisa e ensino. A qualidade da extensão irá depender destas duas variáveis anteriormente mencionadas, o que no caso da Medicina, esta é essencialmente a atividade dedicada à assistência.
Quando Prof. Jamal Wehba e eu criamos a Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica tínhamos a clara visão de seguir os preceitos acima enunciados e, por estes motivos, tratamos desde o seu início colocar em prática estes valores. De fato, isto foi inaugurado após pouco mais de 1 ano de atividade, posto que no Congresso Pan-americano de Pediatria realizado em São Paulo, em outubro de 1975, tivemos a oportunidade de apresentar nossos primeiros trabalhos de pesquisa nas sessões de Temas Livres, os quais eram resultantes da nossa experiência clínica cuidadosamente compilada e revisada (Figura 9).
Figura 9- Neste
Congresso de 1975 demos início à nossa produção científica. Este foi um momento
de congraçamento com nossos amigos argentinos. Da esquerda para a direita
Silvia, Eurídice, eu, Ortiz, Mairon, Licastro, Toccalino e Reppeto.
Este evento teve o caráter da formação do embrião de uma vasta linha de pesquisa que foi se consolidando com o passar dos anos até alcançar uma sólida tradição em pesquisa, que se tornou de reconhecimento nacional e internacional. Como o ensino sempre fez parte de fundamental importância da nossa filosofia de trabalho, concomitantemente às atividades assistenciais abrimos as portas da nossa Disciplina para a formação de Especialistas. Passamos a oferecer um Programa de Especialização com 2 anos de duração baseado em atividades teórico-práticas em tempo integral, ainda com a possibilidade de se estender para a realização dos cursos de Pós-Graduação sentido estrito, Mestrado e Doutorado. Vale enfatizar que este programa, inédito no meio acadêmico nacional, quando da sua implantação em 1975, há poucos anos passou a ser considerado uma atividade oficial do MEC e da Sociedade Brasileira de Pediatria como modalidade de Residência Médica com 2 anos de duração após o término da Residência Médica em Pediatria também com 2 anos de duração. Atualmente ingressam por concurso 6 Médicos Residentes por ano para cumprir um extenso programa teórico-prático, de treinamento em serviço, que abrange todas as áreas da Especialidade, tanto do ponto de vista ambulatorial quanto hospitalar. Inclusive faz parte deste programa a realização dos inúmeros procedimentos invasivos e não invasivos próprios da especialidade, tais como, manometria ano-retal, pHmetria esofágica, testes do Hidrogênio no ar expirado, endoscopia digestiva alta, colonoscopia ente outros (Figuras 10-11-12-13).
Figura 10-
Nossos Pós-Graduandos no Congresso Latino-Americano em Buenos Aires, em 1984.
Da esquerda para a direita, Mário Bustos (Bolívia), Fernando Fernandes (meu
colega de turma), Nabia, eu, Silvia Jové (argentina), Francisco Penna e Paulo
(professores da UFMG), Teresa Medrado e Hugo Costa Ribeiro (Salvador), Regina
Molinari, e sentadas Tânia Viaro e Márcia Kallas.
Figuras 11-12-
Festas da Gastropediatria com nossos Pós-Graduandos e amigos do Brasil e de
Portugal.
Figura 13-
Nossos Residentes de 3º e 4º anos no XIX Congresso
Latino Americano em Natal, em 2014.
2 comentários:
Tenho caso suspeito na creche em que eu trabalho só que a criança é de baixa renda e os pais não tem interesse em investigar será que vc poderia ajudar de alguma forma sou de Sergipe
Você poderia ajudar num possível caso de doença celíaca numa criança de 2 anos e meu aluno na creche e pelo sintomas provavelmente esse seria a causa da magreza severa e abdômen globoso que ele tem
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