5.3- As barreiras a serem vencidas e a exitosa
viagem a Córdoba
Diante
da potencial situação de imobilismo que se nos apresentava, para tentarmos dar
uma solução prática para tal impasse, eu me dispus a tentar um contato com Dr.
Toccalino com o intuito de solicitar a realização do treinamento na
especialidade em seu pioneiro e prestigioso Serviço, em Buenos Aires, posto que
no terceiro ano da Residência tínhamos a permissão para realizar um estágio
eletivo. Havia, no entanto, dois problemas a serem enfrentados e vencidos, a
saber: o primeiro deles dizia respeito a realizar um estágio no exterior, coisa
que era absolutamente inédita, até então, nos programas da Residência Médica da
EPM, e por esta razão, não sabíamos como reagiriam nossos dirigentes a esta
proposta. O segundo problema era saber se Dr. Toccalino me aceitaria como
especializando em seu serviço, posto que não o conhecia pessoalmente e tampouco
tinha qualquer informação da possível existência deste tipo de programa em seu
Serviço. Felizmente, no entanto, as soluções foram pouco a pouco aparecendo e
as barreiras foram sendo derrubadas. Em relação ao primeiro problema, decidi
conversar com o Prof. Azarias Andrade de Carvalho, chefe do Departamento de
Pediatria da EPM, e, portanto, a pessoa responsável pelas decisões a serem
tomadas. Nesta conversa Prof. Azarias não somente vislumbrou com grande
entusiasmo esta possibilidade, como mais ainda assumia total responsabilidade,
perante os outros dirigentes do Programa de Residência Médica da EPM, pela
autorização da possível e inédita viagem. Em relação ao segundo problema
recebemos uma notícia alvissareira da parte do Prof. Fernando Nóbrega, naquela
época chefe do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas e
Biológicas de Botucatu, que nos informou que uma residente de terceiro ano da
sua Faculdade estava estagiando no serviço do Dr. Toccalino, portanto, a porta
começava a se abrir.
Estávamos
em meados do ano de 1972 e em outubro realizar-se-ia o Congresso Pan-americano
de Pediatria, por coincidência, em Córdoba, Argentina, e, imaginávamos que
muito provavelmente Dr. Toccalino deveria estar presente no aludido evento;
seria, portanto, a oportunidade ideal para contatá-lo para solicitar a
permissão para trabalhar em seu Serviço em 1973. Como Prof. Jamal tivesse
aprovado um trabalho de pesquisa para ser apresentado no Congresso e dispunha
de duas passagens aéreas, com a autorização do Prof. Azarias, viajamos os dois
para Córdoba esperançosos em alcançar nossos objetivos, ou seja, encontrar Dr.
Toccalino e dele receber a aprovação sobre a minha especialização em seu
Serviço, em Buenos Aires.
Como
era esperado Dr. Toccalino estava em Córdoba, em determinado momento nos
recebeu com toda gentileza e para nossa agradabilíssima surpresa disse que me
receberia em seu Serviço com a maior satisfação a partir de janeiro de 1973. A
alegria foi tamanha que antes de voltarmos ao Brasil, como era um fim de
semana, decidimos comemorar o êxito da nossa missão visitando Buenos Aires,
cidade que viria a ser a minha morada no ano vindouro (Figuras 2 – 3 - 4
- 5).
Figura
2- Imagem ao fundo da tradicional Casa Rosada, sede do Governo da Argentina.
Figura
3- Prof. Jamal e eu à beira o rio da Prata, famoso local turístico portenho.
Figura
4- Vista do famoso Parque Palermo.
Figura
5- Visita a Ciudad de Niños no caminho a La Plata
5.4- A viagem com destino a Buenos Aires
Finalmente,
ambos os problemas foram devidamente superados, e, a tênue e nebulosa idéia
inicial havia definitivamente se materializado, surgia límpida e cristalina,
totalmente delineável e palpável. Agora eu e minha família (mulher e filho)
estávamos prontos e ansiosos para partir rumo ao desconhecido, para os braços
da nossa primeira aventura no exterior.
Isto
posto, partimos a caminho do nosso destino, vencendo os 2.000 km que separam
São Paulo de Buenos Aires, em nossa valorosa Variant, mas antes, porém,
passamos por Punta Del Este e Colônia de Sacramento (Figuras 6 - 7 - 8 - 9 -
10) aonde tomamos o ferry-boat Nicolas Mianovich (atualmente este barco está
ancorado no bairro da Boca e tornou-se um museu náutico) para cruzar o rio da
Prata e chegamos, por fim, à capital portenha.
Figura
6- Uma das conhecidas praias de Punta del Este, a Playa Brava. Ao fundo vê-se o
centro da cidade.
Figura
7- Vista da Praia Brava.
Figura
8-Vista de uma das inúmeras mansões de veraneio dos milionários argentinos e
uruguaios na região do Country Grill, em Punta del Este.
Figura
9- Visão do centro histórico de Colônia do Sacramento.
Figura
10- Nossa valorosa Variant antes de cruzar o rio da Prata, ainda em Colônia do
Sacramento.
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