Prof. Dr. Ulysses Fagundes Neto
O número Setembro de 2019, da tradicional revista Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, traz um relato de caso intitulado “Pyoderma Gangrenosum of the Finger Associated with Pediatric Ulcerative Colitis” de autoria de Shinagawa M. e cols., que a seguir passo a resumir.
Paciente
do sexo masculino, 18 anos de idade, portador de Colite Ulcerativa (CU) em
remissão, em tratamento com mezalamina e azatioprina, desenvolveu eritema e
edema no seu dedo anular durante atividade de capinação. Ele foi atendido no
serviço 7 dias após o acidente apresentando abscesso, ulceração e febre alta.
Foi instituído tratamento com cefazidini IV, durante 3 dias sem sucesso. A
cultura do material purulento foi positiva para Estafilococus áureos
sensível a cefazidini. O edema agravou-se a despeito de uma drenagem incisional
com debridamento e introdução de vancomicina IV (Figura 1).
Foi
realizada a colonoscopia em virtude do agravamento da diarreia, a qual
confirmou a recidiva da CU (Figura 2).
Levantou-se
a suspeita de pioderma gangrenoso (PG) e introduziu-se tratamento com
Tacrolimus por via oral. A biópsia do dedo revelou alterações inflamatórias exibindo
infiltrado composto por neutrófilos e linfócitos, compatível com PG. O
tratamento com Tacrolimus resultou em remissão clínica, tanto da CU quanto da
PG após 2 semanas. PG é incomum na infância e afeta principalmente os membros
inferiores (Figura 3).
Casos
envolvendo a mão, são extremamente raros. A dificuldade do diagnóstico de PG na
mão causou retardo no tratamento. Amputação faz-se necessária em cerca de
metade dos casos relatados. No presente caso, o tratamento da CU regrediu a PG.
Consequentemente, a PG deve ser considerada quando se desenvolve um abcesso na
pele em pacientes com CU, a despeito da natureza da lesão.
Referência
Bibliográfica
1- JPGN 2019;69:3.
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