terça-feira, 13 de outubro de 2020

Relato de Caso: Obscure Gastrointestinal Bleeding Secondary of Diffuse Gastric Heterotopia in the Proximal Jejunum

 

Prof. Dr. Ulysses Fagundes Neto

O número Setembro de 2019, da tradicional revista Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, traz um relato de caso intitulado “Obscure Gastrointestinal Bleeding Secondary o Diffuse Gastric Heterotopia in the Proximal Jejunum de autoria de Shab A. A. e cols., que a seguir passo a resumir.

Paciente do sexo feminino, 7 anos de idade, apresentava história prévia de uma prega jejunal que havia sido ressecada no período neonatal, no presente momento apresentava queixa de dispneia e letargia. Hemoglobina: 2,3g/dl; volume corpuscular médio: 59 fL e ferro sérico: 11ug/dl. A anemia persistiu a despeito de suplementação com ferro.

Estudo radiológico contrastado do intestino delgado, endoscopia digestiva alta e colonoscopia revelaram-se normais. Enterografia com ressonância magnética mostrou espessamento jejunal proximal. Exames com cápsula endoscópica e enteroscopia, exibiram edema e ulceração jejunais; biópsias jejunais evidenciaram mucosa normal entremeada com epitélio gástrico (Figura 1).



Investigação para divertículo Meckel revelou mucosa gástrica ectópica ao longo de todo abdômen médio (Figura 2).


A laparotomia associada a enteroscopia intraoperatória, resultou em ressecção jejunal de 25cm, distando 20cm do ligamento Treitz (Figura 3).



Estudo anatomopatológico evidenciou heterotopia gástrica polipoide multifocal com gastroplastia reacional e hemorragia focal.

Etiologias de sangramentos gastrointestinais obscuros, incluem mucosa gástrica ectópica como a observado no divertículo de Meckel ou cistos duplicados. O típico divertículo de Meckel é geralmente assintomático ou se apresenta como sangramento retal indolor antes dos 2 anos de vida. A presente paciente desenvolveu uma grave anemia ferropriva refratária ao tratamento com ferro, devido a uma heterotopia gástrica difusa no jejuno proximal. Após a intervenção cirúrgica a paciente tornou-se assintomática com níveis estáveis de hemoglobulina pelos próximos dois anos.

Referência Bibliográfica          

1-   JPGN 2019;69:3.

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