Frutanos são
compostos orgânicos, classificados como açúcares-álcoois, polímeros da Frutose
sintetizados a partir da Sacarose, que ocorrem na natureza em vegetais e se
constituem nos principais componentes das suas respectivas reservas
energéticas.
Metabolismo
e ocorrência dos Frutanos
A
fotossíntese promove a assimilação do CO2 atmosférico pelas folhas
resultando como produtos finais, por duas rotas distintas, Sacarose no citosol
e Amido nos cloroplastos. A Sacarose é o principal composto utilizado para o
transporte do Carbono foto assimilado para as partes não fotossintetizantes das
plantas, tais como, as raízes, órgãos de reserva e frutos, entre outros. Entretanto, existem algumas outras variações
para essas formas de armazenamento e transporte do Carbono fixado nos vegetais,
como por exemplo, um grande número de oligossacarídeos (contendo entre 2 e 10
resíduos de açúcar) e também açúcares álcoois – os Frutanos.
Os Frutanos estão
presentes no grupo de plantas denominado de Angiospermas. As Angiospermas
são consideradas plantas superiores sendo que 5, dentre as suas 75 ordens,
contém Frutanos, isto é, cerca de 45.000 espécies de plantas armazenam Frutanos,
o que corresponde a 15% de toda a flora Angiospérmica.
Angiospermas são vegetais cujos óvulos estão contidos no interior do
ovário e que, consequentemente, tem suas sementes encerradas no interior dos
frutos (angios=vasos e esperma=semente). A
principal característica deste grupo é a presença das flores e do fruto. A flor contém
os óvulos e podem estar agrupadas em inflorescências ou estar solitária. As
flores possuem estruturas para atrair polinizadores como, por exemplo, as exuberantes
pétalas coloridas (Figuras 1-2-3).
Figura
1- Ciclo reprodutivo das Angiospermas
A principal característica
desse grupo é a produção de frutos que protegem as sementes.
Figura
2- Relação entre a flor e o fruto da maçã
Figura 3- A flor e o fruto do
maracujá
As plantas Angiospermas formam
o grupo de vegetais mais diversificado do planeta, com mais de 235 mil
espécies conhecidas. Existem Angiospermas que chegam a mais de 100 m de altura
e outras com apenas 1 mm. Com exceção das regiões de clima muito frio, as Angiospermas
são as plantas mais abundantes em todos os biomas terrestres, sendo encontradas
nos mais variados ambientes. Elas vivem no solo, na água ou sobre outras
plantas.
Há evidências nos registros fósseis de que,
entre 100 e 65 milhões de anos atrás, surgiram as Angiospermas. Hoje, elas formam o
grupo mais numeroso de plantas do planeta, variando desde gramíneas, como o
capim, a grandes árvores que ocupam diversos ambientes da Terra.
O grupo das Angiospermas é o mais evoluído e possui grande quantidade de
representantes como, por exemplo: feijão,
arroz, milho, trigo, banana, café, amendoim, mandioca, batata, camomila,
laranja e muitos outros. Podem ser encontradas desde ambientes aquáticos até
áridos.
As Angiospermas são plantas extremamente importantes, pois são
as principais produtoras dos ecossistemas terrestres, servindo para alimentação
(cenoura, alface, mamão, feijão), aplicações industriais (jacarandá, algodão),
ornamentação (orquídea) e fabricação de produtos farmacêuticos (camomila) (Figura 4).
As Angiospermas se dividem em dois grupos: Monocotiledôneas e
Dicotiledôneas.
Monocotiledôneas
Apresentam
apenas um cotilédone (folhas embrionárias que compõem o corpo do embrião e
podem armazenar nutrientes que serão fornecidos a ele durante os estágios
iniciais do seu desenvolvimento).
Seus representantes são: gramas, milho, arroz, trigo,
centeio, aveia, cana-de-açúcar, alho, cebola, abacaxi, etc.
Dicotiledôneas
Apresentam
dois cotilédones. São árvores, fazem exceção as coníferas, arbustos e plantas
de pequeno porte.
Figura 4- Estrutura das Angiospermas
Vale
ressaltar que os Frutanos estão
presentes nas famílias mais evoluídas das monocotiledôneas e dicotiledôneas em
contraposição às famílias menos evoluídas. Este achado indica uma origem
independente para os genes envolvidos na síntese dos Frutanos nessas classes de vegetais.
Uma
ampla variação no peso molecular dos Frutanos
pode existir nas diversas espécies de plantas, porém, em geral o tamanho da
cadeia varia de 30 a 50 unidades frutosila, ou seja, moléculas de frutose
incorporadas às dos Frutanos, mas
ocasionalmente comprimentos da ordem de 200 unidades também podem ser
observadas. Além disso, os diferentes grupos de plantas possuem grande
variedade nos tipos de ligações entre as unidades de frutose. Nas plantas
superiores podem ser observados 5 grandes tipos de Frutanos, dependendo do modo de ligação entre as unidades de frutose
e a presença ou ausência de ramificações, a saber: Inulina, Levano, Frutanos de ligações mistas, Neosérie da
Inulina e Neosérie de Levanos (Figura 5).
Figura
5- Tipos de Frutanos encontrados nas
espécies de plantas superiores: a) inulina; b) neosérie de inulina; c) levano;
d) levano misto. A molécula de sacarose está circulada.
A tabela 1 apresenta as
principais fontes de Frutanos tipo
inulina encontrados nos alimentos.
Tabela
1- Principais fontes de Frutanos tipo
inulina
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