1- A
consolidação da tradição em Pesquisa, Produção e Divulgação do Conhecimento,
Ensino e a sólida formação de Especialistas em Gastroenterologia e Nutrição em
Pediatria (parte 4)
1.1- O enorme
êxito da implantação da Pós-Graduação sentido estrito, Mestrado e Doutorado, na
Pediatria
A implantação da
Pós-Graduação no Brasil, a partir do início dos anos 1970, trouxe uma
inestimável contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico nos
mais variados campos do saber. A EPM imediatamente se viu sensibilizada e
motivada a adotar este modelo acadêmico, que visa a excelência na formação
docente para o ensino e a pesquisa, de forma efetiva com a criação de programas
específicos de acordo com as características da cada área de atuação.
Inicialmente, os primeiros programas foram criados nas áreas das Ciências
Básicas, tendo como principais idealizadores os Professores Ribeiro do Vale
(Farmacologia) e Leal Prado (Bioquímica). Rapidamente, porém, esta iniciativa
contagiou também as áreas Clínicas e Cirúrgicas dando lugar à criação de um
vasto número de programas específicos ligados às diversas especialidades
médicas. No caso da Pediatria, pela sua característica de atuação
primordialmente generalista, até então, deu-se preferência pela organização de
um programa abrangente envolvendo de forma unificada todas as
super-especialidades componentes do Departamento Acadêmico, decisão que tem
perdurado até os dias atuais.
Os cursos de
Pós-Graduação em Pediatria, Mestrado e Doutorado, tiveram sua solicitação de credenciamento
aprovada por unanimidade, em sessão plena, pelo Conselho Federal de Educação em
5/12/1980. O curso de Pós-Graduação da EPM foi um dos pioneiros do país a
oferecer em Pediatria esta modalidade de ensino-pesquisa, e que ao longo dos
anos, tornou-se uma referência de excelência de qualidade nacional e
internacional.
Em virtude das
minhas estreitas ligações com a área de Ciências Básicas, no caso a Microbiologia,
desde que eu havia retornado de Buenos-Aires, em 1974, tornei-me um grande
entusiasta desta modalidade de formação acadêmica, assim que travei contato com
a mesma, a qual já estava em pleno funcionamento naquela Disciplina. Foi por
esta razão que, como a Pós-Graduação na Pediatria ainda não estava em vigor,
fui convidado pelo Dr. José Vicente Martins Campos, que se tornou meu
orientador, a inscrever-me no curso de Mestrado do Instituto Brasileiro de
Estudos e Pesquisas em Gastroenterologia (IBEPEGE), o que aceitei de imediato,
pois o IBEPEGE havia sido credenciado pelo MEC para oferecer o curso em nível de
Mestrado. Rapidamente realizei os créditos teóricos e desenvolvi a tese de
Mestrado intitulada “AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E FUNCIONAL DO INTESTINO DELGADO EM
MARASMÁTICOS “ a qual, em abril de 1977, foi submetida a apreciação da banca
examinadora e recebeu aprovação com nota 10,0. Aliás, em maio deste mesmo ano
defendi também a tese de Doutoramento (modelo tradicional anterior à vigência
da Pós-Graduação) no Departamento de Pediatria da EPM intitulada “AVALIAÇÃO DO
ESTADO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS ÍNDIAS DO ALTO XINGÚ “, a qual também foi
aprovada pela banca examinadora com nota 10,0. Com estas credenciais e
acrescido do Pós-Doutoramento realizado nos Estados Unidos em 1977-78 e a
apresentação da tese de Doutorado intitulada “ABSORÇÃO DE MACROMOLÉCULAS
INTACTAS PELO JEJUNO DE RATOS IN VIVO: INFLUÊNCIA
DOS SAIS BILIARES TAUROCOLATO, COLATO E DEOXICOLATO “ no programa de Doutorado
da Disciplina de Gastroenterologia da EPM, em agosto de 1979, também aprovada
com nota 10,0, recebi o credenciamento para me tornar oficialmente Professor
Orientador do Curso de Pós-Graduação em Pediatria da EPM.
Considerando que
nossa Disciplina já oferecia um programa de Especialização de 1 ou 2 anos, e
que se encontrava devidamente consolidado desde meados da década de 1970, o
advento da Pós-Graduação sentido estrito foi automaticamente incorporado às
nossas atividades de ensino-pesquisa-extensão. A demanda de candidatos oriundos
dos mais diversos locais do nosso país aumentou de forma exponencial, e este
fato nos obrigou a estabelecer algumas regras elementares para que pudéssemos
absorver estes potenciais candidatos. A regra básica foi a necessidade de o
candidato cumprir obrigatoriamente um estágio probatório de 1 ano de duração
dentro do programa de Especialização. Caso o candidato tivesse tido um
aproveitamento considerado satisfatório e desejasse ingressar no programa da
Pós-Graduação, deveria inicialmente se inscrever no curso de Mestrado e somente
após terminar o mesmo, e caso ainda desejasse seguir adiante estaria em
condições de fazer a inscrição no curso de Doutorado.
O êxito deste
projeto foi incontestável levando à formação acadêmica de um vastíssimo número
de profissionais da saúde, e ao mesmo tempo uma enorme contribuição para a
produção e a divulgação dos novos conhecimentos conquistados. Para comprovar
esta minha assertiva abaixo seguem os alunos de Pós-Graduação por mim
orientados e seus respectivos trabalhos de tese produzidos, submetidos às
bancas examinadoras e aprovados.
Teses de Mestrado
1.
Janaína Guilhem Muniz. Predisposição genética
para DC - doadores de sangue SP/BR. 2014. Procedência: COLSAN – Destino: COLSAN
2.
Renata Vigliar. Perfil Bioquímico da Água de
côco da Região Noroeste do Estado de Goiás - Brasil. 2005. Procedência: EPM – Destino:
EPM
3.
Ricardo Palmero Oliveira. Prevalência da Doença
Celíaca em Candidatos à Doadores de Sangue em São Paulo -Brasil. 2005.
Procedência: EPM – Destino: EPM
4.
Letícia Helena Caldas Lopes. Densidade Mineral
óssea de crianças e Adolescentes com doença inflamatória intestinal. 2004.
5.
Dulcemara Machado Dedino. Cartografando
pensamentos de Médicos, pais e crianças durante procedimentos na
Gastropediatria. Procedência: PUC – Destino: PUC
6.
Norys Josefina Diaz. Características clínicas e
histológicas da mucosa retal de pacientes menores de seis meses com
enterorragia por alergia às proteínas do leite de vaca. 1999. Procedência:
Barquecimeto, Venezuela – Destino: UNISA, SP
7.
Jairo César dos Reis. Teste do H2 no ar expirado
na avaliação de absorção de lactose e supercrescimento bacteriano no intestino
delgado de escolares. 1998. Procedência: Marília – Destino: UNIMAR, Marília
Figura 1- Uma das inúmeras reuniões festivas que realizámos na nossa
Disciplina. Na ocasião inclusive com convidados de outras instituições com
Alfredo Zepeda (Londrina) e Jaime Salazar de Sousa (Lisboa). Jairo Ana Amélia
8.
Christiane Araújo Chaves Leite. Aspectos
funcionais, microbiológicos e morfológicos do intestino de crianças HIV
positivas. 1997. Procedência: Fortaleza, CE – Destino: Docente UFC, CE
9.
Cleide de Holanda Fernandes. Fatores de risco
associados à persistência da diarreia por Escherichia
coli enteropatogênica clássica - EPEC. 1997. Procedência: São Luís, MA –
Destino: São Luís
10.
Célia Regina Moreira. Intolerância à lactose em
lactentes hospitalizados com diarreia aguda por Escherichia coli enteropatogênica clássica. 1996. Procedência:
Universidade Federal de Santa Catarina - Destino: Doutorado UNIFESP
11.
Sandra de Martini Costa. Ultraestrutura do
intestino delgado na diarreia persistente. 1996. Procedência: EPM – Destino:
São Paulo
12.
Rose Terezinha Marcelino. Teste do H2 no ar
expirado no diagnóstico do sobrecrescimento bacteriano do intestino delgado.
1995. Procedência: Joinville, SC – Destino: Joinville
13.
Jacy Alves Braga de Andrade. Letalidade em
lactentes com diarreia persistente: fatores de risco associados ao óbito. 1995.
Procedência: São Paulo, SP – Destino: São Paulo
14.
Carlos Alberto Garcia Oliva. Diarreia aguda
associada à Escherichia coli enteropatogênica
clássica: estudo clínico e metabólico. 1994. Procedência: Hospital Umberto I, São
Paulo – Destino: EPM
Figura 2- A tradicional visita
clínica semanal realizada com os médicos residentes e seus preceptores Garcia
(camisa vermelha) e Jairo (camisa branca) sentados no banco e eu ao centro, no
Hospital Umberto I.
15.
Jacira Omena Torres de Oliveira. Mortalidade em
crianças hospitalizadas com diarreia aguda: fatores de risco associados ao
óbito. 1994. Procedência: Maceió, AL – Destino: Maceió
16.
Domingos Palma. Diarreia aguda: perdas hídricas
fecais em lactentes hospitalizados e sua correlação. 1993. Procedência: Hospital
Umberto I, São Paulo – Destino: Docente EPM
17.
Ana Amélia Pontes de Camargo. Transporte
transepitelial de água, de sódio e de glicose da água do coco em alças jejunais
de ratos submetidos à perfusão in vivo nos diferentes estágios do processo de
maturação do fruto. 1992. Procedência: Catanduva, SP - Destino: Catanduva
18.
Lenora Gandolfi Schimitz. Diarreia aguda em
Brasília: estudo etiológico. 1991. Procedência: Brasília, DF – Destino: Docente
Universidade de Brasília
19.
Aristides Schier da Cruz. Proliferação
bacteriana no intestino delgado de lactentes portadores de diarreia aguda e
protraída: introdução de técnica simples e rápida de intubação nasoduodenal
para coleta de fluído do intestino delgado. 1991. Procedência: Curitiba, PR –
Destino: Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba
20.
Rosa Helena Porto Gusmão. Enteropatia ambiental:
estudo ultraestrutural da mucosa jejunal de crianças assintomáticas. 1990.
Procedência: Belém, PA – Destino: Docente UFP, Belém
21.
Maria Ceci do Vale Martins. Enteropatia
ambiental: alterações funcionais e morfológicas da mucosa jejunal, decorrentes
do ambiente desfavorável. 1988. Procedência: Fortaleza, CE – Destino: Hospital Albert
Sabin, Fortaleza
Figura 3- Maria Ceci à esquerda e
Rosa Helena.
22.
Fátima Maria Lindoso da Silva. Curvas
comparativas de crescimento pondero-estatural de lactentes de alto nível
sócio-econômico e em aleitamento natural e artificial no primeiro ano de vida.
1988. Procedência: Recife, PE – Destino: Docente UFG, Goiânia
23.
Marly de Almeida Pedra. Diarreia aguda: agentes
enteropatogênicos, morfologia intestinal e tolerância alimentar. 1986. Procedência:
PUC Salvador, BA - Destino: São Paulo
24.
Elisabete Kawakami. Refluxo gastro-esofágico na
infância - características clínicas e avaliação de diferentes métodos
diagnósticos. 1985. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM
25.
Maria Fernanda Branco de Almeida. Detecção
sorológica de anticorpos e proteínas do leite de vaca e soja. Tentativa de
padronização metodológica por precipitação de gel de ágar e hemaglutinação
passiva. 1985. Procedência: EPM – Destino: Docente EPM
26.
Tania Viaro. Observações médico-sociais em
comunidade de favelados: aspectos clínicos e nutricionais evolutivos em
crianças no primeiro ano de vida. 1985. Procedência: Faculdade de Medicina
Fundação ABC, Santo André, SP – Destino: Santo André
27.
Mauro Batista de Morais. Capacidade de absorção
da D-xilose em duas comunidades brasileiras: crianças da periferia da cidade de
São Paulo e crianças índias do alto Xingu. 1982. Procedência: EPM – Destino:
Docente EPM
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