A
história da realização de um Pós-Doutorado no North Shore University Hospital,
Cornell University, Nova Iorque: pessoal e científica
O
reencontro dos filhos com Long Island após 18 anos
Muito
embora eu houvesse voltado ao North Shore University Hospital várias vezes, nos
anos subsequentes de 1981-82-83-84 e 85, como Professor Visitante, em
decorrência dos projetos de pesquisa realizados em colaboração com Fima
Lifshitz, o fiz de forma isolada, sem a companhia dos meus filhos. Entretanto,
em outubro de 1996, portanto, 16 anos depois daquela maravilhosa experiência de
havermos vivido em Manhasset, surgiu a oportunidade de revisitar, agora
juntamente com meus filhos, nossa moradia em Long Island, e, de certa forma,
reviver alguns momentos das lindas recordações que impregnaram para sempre
nossas retinas. Foi uma viagem longamente planejada e ansiosamente aguardada.
Afinal de contas iríamos, pela primeira vez, todos juntos revisitar locais e também
relembrar situações muito especiais, que cada um de nós guardava para si com
muito carinho, depois de tanto tempo haver sido transcorrido. À época em que lá
vivemos, na década de 1970, meus 3 filhos eram crianças pequenas, praticamente
pré-escolares; agora já adultos tentariam reconstruir as memórias do local e as
aventuras que haviam vivenciado. Dezesseis anos havia se passado, muitas coisas
tinham se modificado nas nossas vidas; houve um pouco de tudo, crescimento
pessoal e profissional, conquistas e perdas, vitórias e derrotas, alegrias e
tristezas, enfim tudo aquilo que costuma ocorrer com as pessoas de uma maneira
geral, posto que a vida não é uma trajetória linear e nós não temos o poder de
controlar todas as variáveis, se é que podemos controlar algumas. Eu recém
havia completado 52 anos de vida, os meus cabelos já denotavam os sinais dos
tempos idos, estavam se tornando grisalhos, a cintura havia aumentado uns
quantos centímetros, mas a disposição física continuava praticamente intacta
graças à prática frequente dos esportes: tênis e squash (Figuras 1-2).
Figura
1- Momento de uma partida de tênis mostrando meu melhor golpe o revés.
Figura
2- Recebendo o troféu de campeão do torneio de duplas dos Conselheiros do Clube
Atlético Paulistano, juntamente com meu parceiro Egisto; entre nós o amigo
Leonel (o popular papagaio).
O
futebol infelizmente, pelo avançar da artrose do joelho esquerdo, decorrente da
cirurgia de extração do menisco ainda na adolescência, tive que abandoná-lo
definitivamente. Minha despedida, porém, se deu em grandíssimo estilo, aos 45
anos, disputando a Olimpíada de Seniores, em Aalborg, Dinamarca, em 1989, na
qual nos sagramos campeões (Figuras 3-4-5-6-7).
Figura
3- José Carlos Del Grande e eu em Aalborg. Del Grande foi meu companheiro de
futebol desde quando ainda crianças jogávamos bola na praia de Itararé, São
Vicente.
Desde
aquela época cultivamos uma enorme amizade que passou pelos bancos escolares no
Colégio Bandeirantes, por decisão do destino continuou nos anos seguintes como
acadêmicos de Medicina na Escola Paulista de Medicina, e após a formatura em
compartilhamos o mesmo consultório durante longo tempo, bem como, assim o
fizemos como docentes na EPM. No plano esportivo tivemos a ventura de juntos
termos formado uma dupla de grande sucesso, obtido vários títulos, em diversas
equipes de clubes amadores pelas quais jogamos.
Figura
4- Alguns membros do nosso grupo em frente ao pôster da competição.
Figura
5- Nosso time de veteranos que se sagrou campeão Olímpico.
Figura
6- Eu em ação no jogo da final.
Figura
7- Com muito esforço ainda conseguia correr atrás da bola, afinal de contas era
o jogo final, valia a medalha de ouro e também a minha despedida do esporte que
tanto amei.
Aliás,
foi uma alegria indescritível ter participado daquela competição de seniores,
pois a confraternização entre os participantes foi fantástica, era uma festa
diária envolvendo todas as delegações (Figuras 8-9).
Figura
8- No espaço de convivência nossa música fazia grande sucesso.
Figura
9- Confraternização musical com o grupo da Islândia, regada a muita cerveja
dinamarquesa.
No
campo profissional havia, em 1988, portanto aos 44 anos, galgado o posto mais
elevado da carreira acadêmica ao vencer o concurso para Professor Titular do
Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (Figuras 10-11).
Figura
10- Cerimônia de posse de Professor Titular da Escola Paulista de Medicina em
setembro de 1988. Professor Benjamin Kopelman como meu padrinho faz a saudação
à minha posse.
Figura
11- Meu discurso de posse como Professor Titular da Escola Paulista de
Medicina.
No
ano de 1996, em junho, havia organizado o XII Congresso da Sociedade
Latino-americana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição em Pediatria, e
também havia sido eleito Presidente da mesma para o triênio 96-98, o que
constituiu o primeiro passo para que em 2008 organizasse o III Congresso
Mundial da especialidade em Foz do Iguaçu. No plano pessoal tinha me divorciado
10 anos antes, havia me casado novamente, agora com Fábia, que veio a falecer
em 2004 após uma longa e dramática batalha de 4 anos contra um câncer de mama.
Foram 4 anos de grande sofrimento físico e emocional para todos os familiares,
esquemas intermináveis de tratamento quimioterápico, idas constantes aos
hospitais nos horários mais inoportunos do dia ou da noite, em virtude dos
efeitos colaterais da pesada quimioterapia recebida na tentativa de debelar
esta malfadada doença, e das metástases que iam gradativamente consumindo seu
organismo, até chegar ao desenlace final. Do casamento com Fábia nasceu
Walkyria Maria (nome dado em homenagem a ambas as avós) em 1990, que veio ao
mundo para se tornar o sólido elo entre 2 famílias, pois ambos os pais havíamos
tido filhos em casamentos anteriores (Figuras 12-13).
Figura
12- Walkyria ainda recém nascida com os irmãos Diego, Gabriela, Marina e Uly,
junto com nossos cães: Tobi, Maguila e Megaron.
Figura
13- Batismo de Walkyria, ela está no colo da minha mãe.
Uly,
aos 24 anos, era acadêmico de Medicina estava cursando o sexto ano na Faculdade
de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, havia seguido a carreira de
futebolista e de tenista com grande brilhantismo em ambas as modalidades
(Figura 14).
Figura
14- Uly na sua estreia no time que eu joguei durante 20 anos, o Corinthians,
tradicional time participante do Campeonato Interno do Clube Atlético Indiano.
Um
fato marcante na nossa trajetória e que sempre esteve acima da relação
hierárquica pai-filho, o mais importante para mim, foi termos construído um
grande companheirismo de todas as jornadas da vida, Uly se constituiu no meu
melhor amigo sempre (Figuras 15-16-17-18).
Figura
15- Fábia eu e Uly em Copenhage, Dinamarca em 1989, durante uma excursão de um
time de adolescentes do Clube Atlético Paulistano de cuja delegação eu fui
chefe e treinador.
Figura
16- Uly e eu em Helsinki em 1989.
Figura
17- O time completo para a partida de estreia em Estocolmo. Este time jogou
torneios na Suécia, Dinamarca e Finlândia durante todo o mês de Julho de 1989.
Foi para eles e também para mim uma experiência de inestimável valor, sempre
recordada por todos, agora adultos, com muita alegria e carinho.
Figura
18- Uly e eu, desfrutando nossa paixão conjunta, em um fim de ano dos anos 1990
na praia Vermelha em Ubatuba, na casa do meu primo Américo.
Juliana,
aos 22 anos, já havia terminado seu curso de artes dramáticas no Indac, havia
se tornado atriz, e, além disso, como houvesse sido alfabetizada em inglês era
considerada uma “native speaker” e, também, como havia realizado intercâmbios
nos Estados Unidos e Canadá durante sua adolescência, decidiu fazer bacharelado
em Inglês na PUC (Figuras 19-20).
Figura
19- Despedida de Juliana para um dos seus intercâmbios nos EUA, em 1990, com
Gabriela, Marina, ela própria com Walkyria no colo; abaixados Diego e Uly.
Figura
20- Mais uma festa de despedida da Juliana com muitos parentes presentes.
Marina,
aos 21 anos, depois de ter sido uma extraordinária ginasta olímpica durante sua
adolescência, pois obteve na sua carreira inúmeros títulos de campeã paulista,
brasileira e sul-americana, inclusive chegando a disputar, em 1991, o
Campeonato Mundial de Ginástica Olímpica (era a primeira vez na história da
modalidade que nosso país se apresentava com uma equipe completa de 5 atletas para
disputar o Mundial) representando o Brasil, estava cursando Administração na
Fundação Armando Alvares Penteado (Figuras 21-22-23).
Figura
21- Marina em plena competição na paralela assimétrica.
Figura
22- A equipe do Esporte Clube Pinheiros campeã Sul-Americana em Cuenca,
Equador.
Figura
23- A equipe de Ginástica Olímpica completa que representou o Brasil no
Campeonato Mundial de 1991, em visita à minha casa. Elas vieram do Rio de
Janeiro aonde treinavam, inclusive Marina, que lá viveu todo um ano, para
disputar um campeonato internacional em São Paulo.
Na
verdade, o apelo desta viagem não se limitava apenas a Long Island, era muito
mais pretencioso, incluía também Manhattan, posto que com bastante frequência,
nos fins de semana havia sempre uma grande atração a ser vista nesta cidade
espetacular que nunca dorme a “Big Apple”. Assim, tudo foi
detalhadamente planejado para que pudéssemos desfrutar as antigas e as
possíveis novas atrações da Big Apple bem como de Long Island.
Abaixo
estão expostas algumas fotos que documentaram aquela visita.
Figura
24- O grupo todo e mais alguns agregados no aeroporto de Guarulhos no momento
da partida para Nova Iorque. Da esquerda para a direita: eu, Fábia, mãe de Dudu
(namorado da Marina na época), Gabriela (filha da Fábia) e seu namorado na
época, Dudu, Marina, Juliana, Uly, Carmem (namorada do Uly na época) e
Walkyria.
Figura
25- A chegada do “bando” em Nova Iorque e toda a bagagem; foi necessário alugar
esta Van para poder acomodar todo o pessoal.
Figura
26- Toda a família e agregado tendo ao fundo o rio Hudson em visita aos
Cloisters. Da esquerda para a direita: Juliana, Walkyria (minha filha com
Fábia), Uly, Marina, Biba (filha de Fábia), Dudu, Fábia (minha mulher que
faleceu em 2004) e eu.
Figura
27- Walkyria e eu com os Cloisters ao fundo.
Figura
28- Todo o grupo, menos eu que os fotografei, com os Cloisters ao fundo.
Figura
29- Uly e Juliana na visita aos Cloisters, no outono de 1977, um castelo
medieval trazido da Europa por um milionário americano e transplantado no norte
de Manhattan.
Os
Cloisters (Os Claustros) são um museu ligado ao Metropolitan Museum of Art dedicado
à arte e arquitetura da Europa da Idade Média. Está localizado no extremo norte
de Manhattan no lado oeste da ilha em uma colina às margens do rio Hudson. Os
Cloisters incluem um museu com vasto acervo de cinco mil obras medievais que
vão do século XII ao XV e outros atrativos encerrados em uma área de 4 acres
adjacentes. A construção é por si só uma obra de arte, trata-se de uma
estrutura múltipla que incorpora elementos de 5 claustros medievais franceses.
Estas construções foram trazidas da França e reagrupadas no local na década de
1930. O museu foi criado por John Rockfeller Jr., que doou boa parte da sua
própria coleção para o museu. A visita vale muito a pena não somente pelo museu
em si, mas também porque do alto desta colina tem-se a melhor vista panorâmica
da magnífica “George Washington bridge” que liga New Jersey a Manhattan.
Figura
30- Meus filhos e eu debaixo das janelas do nosso apartamento.
Figura
31- Marina e Juliana no quintal da nossa casa no outono de 1977; observar ao
fundo o colorido das folhas que vão pouco a pouco mudando de cor e oferecem um
aspecto maravilhoso da natureza.
Figura
32- Juliana e Marina no inverno de 1978 no quintal do nosso prédio brincando
com o cachorro de um nosso vizinho. Este foi um inédito e deslumbrante cenário,
as águas da chuva, que caiu no dia anterior, se cristalizaram após um súbito
decréscimo da temperatura abaixo de zero grau.
Figura
33- Uly com sua recentemente adquirida paixão, a bola de futebol, no Eisenhower
Park, nosso parque predileto em Long Island. Foi aí que eu comecei a ensiná-lo
os primeiros truques deste esporte fascinante.
Figura
34- Uly, Marina e Juliana, bem embaixo da janela do nosso antigo apartamento.
Figura
35- Marina e Juliana, tendo ao fundo o prédio aonde havíamos morado.
Figura
36- Marina e Juliana recordando os tempos de criança no “play ground” do
prédio. Notar que Walkyria está desfocada, parece compor uma cena de “revival”
de Juliana quando criança.
Figura
37- Marina e Juliana recordando os tempos de criança no “play ground” do
prédio. Notar que Walkyria está desfocada, parece compor uma cena de “revival”
de Juliana quando criança.
Figura 38- Juliana, Marina e Uly na frente do nosso prédio.
Figura
39- Marina em frente à escola maternal que frequentou.
Figura
40- Juliana em frente à escola maternal que frequentou.
Figura
41- Juliana e Marina na porta de entrada da escola maternal.
Figura
42- Marina e Walkyria na frente da escola maternal.
Figura
43- Uly e as irmãs em frente à escola de ensino fundamental que frequentou.
Figura
44- Uly revisitando sua sala de aula.
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