Fedorowicz
e cols. (11), em 2011, realizaram uma revisão sistemática na base de dados da
Cochrane sobre os efeitos antieméticos da ONDANSETRONA na redução dos vômitos
na diarreia aguda em crianças e adolescentes. Foram incluídos 7 estudos
envolvendo 1.020 participantes e os autores concluíram que a ONDANSETRONA,
administrada por via oral, reduziu significativamente a frequência dos vômitos,
a necessidade de rehidratação intravenosa e de internação hospitalar em
comparação com o grupo placebo.
O
uso da ONDANSETRONA na diarreia aguda foi primeiramente relatado por Cubeddu e
cols. (12), em 1997, em um estudo realizado para avaliar a eficácia deste
antiemético em comparação com a metoclopramida.
Esses autores verificaram que as taxas de fracasso terapêutico foram
significativamente menos frequentes com a ONDANSENTRONA (17%) do que com a
metaclopramida (42%).
Yimaz
e cols. (13), em 2010, realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo cego
placebo-controlado, para investigar o potencial efeito benéfico da ONDANSETRONA
oral no tratamento dos vômitos na diarreia aguda. No Serviço de Urgência,
durante as primeiras 8 horas de observação a proporção de pacientes que ainda
apresentava vômitos foi de 21,8% no grupo ONDANSETRONA contra 66,7% no grupo
placebo, cujas diferenças entre os grupos mostraram-se estatisticamente
significantes.
Ao
cabo de 24 horas a proporção de pacientes que ainda apresentavam vômitos foi de
10,9% no grupo ONDANSETRONA e 72,2% no grupo placebo, cujas diferenças
mantiveram significância estatística. Os autores
concluíram que a administração de comprimidos de desintegração oral em crianças
com diarreia aguda e vômitos tiveram uma diminuição significativa de ambos,
episódios de vômitos e taxas de hospitalização.
Freedman
e cols. (14), em 2012, publicaram uma investigação retrospectiva em crianças
internadas por diarreia aguda e vômitos no Hospital for Sick Children, Toronto,
Canadá, de Julho de 2003 a
Junho de 2008, com o objetivo de avaliar se o uso da ONDANSETRONA em comprimidos
de dissolução oral apresentava uma correspondente diminuição na administração
da rehidratação intravenosa e no tempo de internação. Durante o período de 5
anos do estudo, ocorreu uma redução significativa no uso da rehidratação
intravenosa de 26% no período pré-intervenção para 14% no período
pós-intervenção.
CONCLUSÃO
A
análise critica dos trabalhos publicados na literatura, até o presente momento,
indicam que o uso da ONDANSETRONA está associada com reduções clinicamente
significativas nas taxas de vômitos, da necessidade da rehidratação intravenosa
e consequente tempo de permanência nos serviços de urgência e nas taxas de
internação hospitalar. A incorporação dos comprimidos de dissolução oral da
ONDANSETRONA no arsenal terapêutico na diarreia aguda apresenta avanços indiscutíveis
nos desfechos clínicos.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
1)
Casteel H, Fiedorek S. Oral rehydration therapy. Pediatr Clin North Am 1990;37:294-309.
2) American
Academy of
Pediatrics, Provisional Committee on Quality Improvement, Subcommittee on Acute
Gastroenteritis. Practice parameter: the management of acute gastroenteritis in
young children. Pediatrics. 1996;97:424-436.
3) Gavin N, Merrick N et al. Efficacy of glucose-based
oral rehydration therapy. Pediatrics. 1996;98:45-51.
4) Albano F, Bruzzese E et al. Antiemetics for
children with gastroenteritis: off-label but still on in clinical pratice. J
Pediatr Gastroenterol Nutr 2006;43:402-4.
5) Kwon KT, Rudkin SE et al. Antiemetic use in pediatric gastroenteritis: a
national survey of emergency physicians, pediatricians, and pediatric emergency
physicians. Clin Pediatr (Phila) 2002;41:641-52.
6) Milburn W. Toxic effects of metoclopramide
(review). Pediatr Rev. 1992; 13:117.
7) Freedman SB, Sivabalasundaram V et al. The
treatment of pediatric gastroenteritis: a comparative analysis of pediatric
emergency physicians practice patterns. Acad Emerg Med 2011;18:38-45.
8) Currow D, Noble P et al. The clinical use of
ondansetron. Med J Aust. 1995;162:145-149.
9) Nahata MC, Hui LN et al. Efficacy and safety of
ondansetron in pediatric patients undergoing bone marrow transplantation. Clin
Ther 1996;18:466-476.
10) Figg W, Graham C et al. Ondansetron: a novel
antiemetic agent. South Med J. 1993;86:497-502.
11) Fedorowicz Z, Jagannath VA at al. Antiemetics for
reducing vomiting related to acute gastroenteritis in children and adolescents.
Cochrane Database Syst Rev 2011;9:CD005506.
12) Cubeddu LX, Trujillho LM et al. Antiemetic activity
of ondansetron in acute gastroenteritis. Aliment Pharmacol Ther 1997;11:185-91.
13) Yilmaz HL,
Yildizdas RD el al. Clinical trial: oral ondansetron for reducing vomiting
secondary to acute gastroenteritis in children – a double-blind randomized study.
Alimentary Pharmacology & Therapeutics 2010;31:82-91
14) Freedman SB, Tung C et al. Times-series analysis
of ondansetron use in pediatric gastroenteritis. JPGN 2012;54:381-386.
Nenhum comentário:
Postar um comentário