AGENTES BIOLÓGICOS
1) Infliximab (REMICADE) deve ser o
tratamento de escolha em crianças com Colite Ulcerativa persistentemente ativa,
ou corticoesteróide-dependente, e não controlada por 5-ASA e Tiopurinas (Figura 1).
2) Infliximab pode ser a terapêutica de
escolha nas crianças com Colite Ulcerativa refratária ao corticoesteróide (por
via oral ou intravenosa). Caso a medicação com Infliximab tenha se iniciado
durante um episódio agudo em um paciente virgem de tratamento com Tiopurinas,
então, neste caso o Infliximab pode ser utilizado como uma ponte para a
medicação com Tiopurinas. Nesta circunstância o Infliximab pode ser
descontinuado após aproximadamente 4 a 8 meses (Figura 2).
3) Adalimumab (HUMIRA) somente deve ser
utilizado naqueles pacientes que deixaram de responder ou se tornaram
intolerantes ao Infliximab (Figura 3).
PONTOS PRÁTICOS:
1) Atualmente, o Infliximab deve ser
considerado como agente biológico de primeira linha em crianças com Colite
Ulcerativa e deve ser administrado à dose de 5mg/kg (3 doses de indução em 6
semanas, 0-2-6, seguida da dose de 5mg/kg a cada 8 semanas como manutenção); a
individualização da dose poderá ser necessária (Figura 4).
2) A mensuração dos níveis séricos de Infliximab
e dos anticorpos contra o Infliximab poderão otimizar o tratamento quando
ocorrer um fracasso na manutenção da remissão. No caso de haver baixos níveis
séricos de Infliximab e ausência de anticorpos, então, poderá estar indicado um
escalonamento da dose. Níveis indetectáveis de Infliximab na presença de
anticorpos podem indicar perda da resposta e com isso a necessidade do
escalonamento da dose ou mesmo sua substituição por uma droga diferente. Níveis
normais de Infliximab sugerem ausência de resposta primária ou então uma
alternativa diagnóstica como causa dos sintomas (Figura 5).
3) Tomando-se por base a literatura com
pacientes adultos e séries de casos pediátricos, Adalimumab deve ser iniciado à
dose de 100mg/metro quadrado até o máximo de 160mg, seguido por 50mg até o
máximo de 80mg após 2 semanas, e então, 25mg até o máximo de 40mg a cada 2
semanas; a individualização da dose poderá ser necessária (Figura 6).
4) Não há uma evidência positiva para
dar suporte a utilização combinada de Infliximab com Tiopurinas em crianças com
Colite Ulcerativa cujo o tratamento com Tiopurinas fracassou. Agentes
biológicos, entretanto, são utilizados por alguns especialistas em combinação
com Tiopurinas por pelo menos nos primeiros 4 a 8 meses de tratamento, mesmo se
a criança não tiver respondido às Tiopurinas. A avaliação da segurança versus
benefícios do tratamento combinado necessita ser detalhadamente explanado à
família do paciente.
5) É desconhecido se a terapêutica com
5-ASA oferece alguma vantagem se combinada com agentes biológicos, porém,
considerando-se seu benefício potencial (incluindo uma possível
quimio-prevenção contra o câncer) e sua alta segurança não é totalmente
desprovido de razoabilidade recomendar essa combinação terapêutica.
PONTOS
PRÁTICOS:
1) A Aferese de granulócitos/monócitos
permanece sendo uma estratégia terapêutica polêmica e, portanto, não pode ser
recomendada rotineiramente. Ela pode ser uma opção terapêutica remota para a
indução e a manutenção da remissão nas crianças que apresentam persistência da
atividade da Colite Ulcerativa, de leve a moderada, quando não existem outras
opções terapêuticas medicamentosas.
2) A suplementação com OMEGA-3 não é
eficaz para a indução ou manutenção da remissão, mesmo em altas doses, nas
crianças com Colite Ulcerativa.
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